29 de dezembro de 2010

Te quiero

Sem poder lhe dizer
recorro à velha escrita
A cidade parece vazia
meu coração perdido
Fiz pouco caso da sua tristeza
Pensei ser mais forte pra aguentar
Mas pouco tempo se passou quando
não vejo a hora de te ter
Permaneço intacta
Sem hesitar sou toda sua
Não duvide mais
de alguém que só te tem Amor.

7 de outubro de 2010

Com a tempestade
as palavras voltam a boiar juntas.

10 de junho de 2010

Tentei

Tentei gritar, sussurrar
Só saiam as letras
Quando escritas, faltam-lhe algo
Belo é sentí-las pela língua
E se esquentar com seu som

Ontem saiu, tocou sua boca
Atropelado, abafado
Preso pela força
De palavras que tentam explicar
O que não se explica
Quando me pede pra ficar
Quando me abraça pra eu não sair
Quando fala pra eu voltar lá
E quando fala pra te amar
Fico, não saio, volto e te amo

O frio parecia não parar
Mas lá dentro, a gente não se soltava
Entre sussurros de brincadeiras e palavras doces
Entre beijos, suspiros e respirações ofegantes
Entre as pernas, pernas
E entre corpos, braços, pernas, mãos.

18 de maio de 2010

Sou sua
E não sei quem é
Amo, me sinto amada
Mas não sei quem é
Se fecha, se esconde
Procuro com calma
Talvez venha com o tempo
A parte que mostra razões
O que era
Pouco me importa
Me mostra o agora

13 de maio de 2010

Certeza incerta

E meu penar
É que vais sempre
A ela amar
Aquela que não eu
Aquela que te perdeu

Mesmo assim
Me entrego
Que o estrago
Se tiver que chegar
Chega sem surpresa

2 de maio de 2010

Pr'ocê

Por você que eu quero acordar
Com você quero dormir
E perder a noção de contar

Por você eu vou cantar
Com você quero sonhar
Sem sequer pensar em acordar

Com meus braços te afagar
Em meu corpo te confortar
E com meus beijos te calar

Palavras de Cazuza

Hoje te tive em meus braços e no fundo dos meus ouvidos, palavras que na voz do cazuza saíam. Teu pão, tua comida, sede, saliva. Entre músculos cansados, suores trançados, tirava meu fôlego em beijos profundos. E ainda trago em mim teu gosto, teu cheiro, nosso corpo.

Me tens e me cuida..

Me tens, me cuida
Como eu a ti
Sei que não há do que
Não temo mais
Mas sou ciosa
E mesmo quando me faço indócil
É por te querer
Me tens, me cuida...

20 de abril de 2010

Me assustou ontem
Falou sobre machucar
Mas me quis bem perto

Hoje vi seu caminhar
Era calmo, cadênciado
Me encheu de beleza

Sorri feito criança
Como quem guarda um segredo bom

Seu choro nos braços

Ontem a vi, mas estava com uma aparência pesada. Que de certa forma, me tomou o peito. Minha vontade era de a tomar nos braços e fazer com que toda aquela tristeza fosse embora...Mas não me parecia o bastante. Escorreu uma lágrima, ai. Que aflição toda era essa? Me deixou perturbada, preocupada. Acordei durante a noite pensando em ti, levantei pensando em ti. Te cuido, amor, me deixa cuidar... 16/04

Enfim, completo

Existe um jeito
De sentir o meu coração quente
O sangue circulando

Não acontece sempre
Não dura muito
Mas existe

Ser admirada
E estremecer com o melhor sorriso

Então
Tocaria a vida toda
Cantaria mais ainda
Se assim
A tivesse em sintonia

15 de abril de 2010

Por mim, não te soltava nunca
Seguia a ver teus sorrisos
Sentindo sua boca de menta
O cheiro doce
E nossos olhares furtivos

6 de abril de 2010

Medo no escuro

O medo volta a me invadir, mas dessa vez, de forma mais calma e serena. São apenas angústias, perguntas que me cercam e me atordoam. É a vontade de ir com calma e o impulso de andar depressa. Me travo por saber que devo e corro sem saber se posso.
Continuas sendo um grande mistério, pois me parece que queres, mas não sei o quanto. Te sinto muito controlada e isso me confunde, mesmo sabendo que não deveria.
Me pergunto como era antes...O que é agora...Quem é você?
São perguntas que o gosto da resposta está no viver, no conhecer e no sentir. E por isso, chamo de medo sereno. Não nos faz correr, nos faz curioso, com vontade de seguir no escuro, tateando os objetos até reconhecê-los.

31 de março de 2010

Chove, Chuva.

Hoje, mais que nunca, banho de chuva me parece extremamente necessário. E não me importo com coisas que se encharcaram ou quebraram, são só...coisas. Valem mais as gotas escorrendo, sentindo cada curva do meu - e do seu - rosto. Afinal, a chuva era inevitável, ela tinha que ocorrer, tinha de estar alí. Ela - e você - me fizeram sem ar, me fizeram sorrir, me fizeram mais eu.
Meu medo foi embora e só ficou essa loucura no peito, que não se sabe bem o que.

26 de março de 2010

De pouco em pouco

Que mistério, moça
Te ronda, te envolve
Me deixa nervosa
E tens que é bela

Não sabes de mim
Mas me tem como se soubesse
Seu olhar não tem fim
E se perde quando o meu se esquece

Me descobre, te descubro
O sabor é melhor quando adiamos
Mordemos aos poucos
Guardamos o gosto

22 de março de 2010

Será assim

Assim que quer, assim será, eu vou pra não voltar
Eu não queria ir assim
Tão triste, triste...
Há de encontrar um encantador, um novo ou velho amor
e você vai ser mais feliz longe de mim, por isso eu vou.
Mas não me peça pra amar outra mulher que não você.
Olhar o tempo ir sem ver
os seus abraços, seu sorriso ou suas rimas de amor.

17 de março de 2010

Tocaria a vida toda
Cantaria mais ainda
Se assim
A tivesse em sintonia

Simplesmente nada

Podes ficar com ele
Podes ficar com outros
Podes me contar
Eu não sinto
Fico cega
Escuto como uma música de fundo

Nunca vi bater tão forte
Tão depressa
Sorrir tanto, chorar tanto
Fazer tão bem, tão mal

É único, mas é feio
Feio porque não queres
O carinho que te quero dar
O amor que mereces ter
E aqui está
Bem guardado, escondido
E assim sigo em frente
No vazio...No vazio...

Um só

Seu cheiro é doce
E fica penetrado em mim
Sua mão úmida e quente
Me esquenta, me afaga
Seu corpo moreno
Se molda junto ao meu
Até que o meu seja seu
Até que o seu seja nosso
E o nosso seja um só

16 de março de 2010

No meu ouvido

seu cheiro inda está na minha pele
seu beijo na minha boca
o carinho no meu corpo
a bagunça no meu quarto
e as três palavrinhas de amor ainda sinto sussurrar no meu ouvido.

15 de março de 2010

Precipício

Como um precipício. Eu me jogo, mas no meio do caminho, decido parar. Uma hora a gente cai. O que não se sabe, é se vai demorar ou não...Se o ar batendo no rosto vale a pena ou não. E se você tá sozinho, ou alguém pulou com você.
Mas apesar de tudo...O frio na barriga é bom, o vento refresca, o medo e a adrenalina te deixam flutuar.

11 de março de 2010

Melodia sentimental

Era uma noite fria e calma. Me sentia sufocado com um aperto que havia em minha garganta e me roubava o ar. O tempo passava lentamente e eu não via a hora de sair daquele quarto de hotel. Coloquei um casaco, me calcei, peguei as chaves e os cigarros.
A rua estava ainda mais vazia que o quarto e o silêncio só era interrompido de tempo em tempo quando passava um carro. Comecei a andar para o lado mais iluminado, fechando os olhos para sentir melhor o vento felado que cortava meus lábios e a maça do rosto. Vasculhei no volso grande do casaco o maço de cigarro e com grande dificuldade o acendi. Dei uma longa tragada...como era bom sentir novamente algo que não fosse um enorme vazio no peito. A fumaça me esquentou.
Resolvi então, dar uma volta na quadra. Quando virava a esquina, esbarrei em um casal. Não deu outra: os pensamentos voltaram a tona. Será que ela ainda me amava? Já era hora de pedir desculpas e voltar pra casa? Eu não queria pensar naquilo, doía, como se uma faca cega estivesse me contando aos poucos por dentro.
Tentando me concentrar em outra coisa, dobrando mais uma esquina, comecei a fumar um novo cigarro. Subia agora uma ladeira um pouco mais movimentada. Não sabia se meu pulmão aguentaria, mas segui em frente. Avistei um homem parado num canto, em pé. Segurava algo nos braços. Uma melodia conhecida começou a afagar meus ouvidos...Era delicada e suave. Apressei o passo e chegando mais perto entendi: um violino.
O homem se vestia elegantemente, usava um chapéu coco e tinha bigode. Me aproximei e sentei no meio fio. Sem nem notar minha presença, por algum tempo, ele tocou repetidamente aquela canção. Quando parou, guardou rapidamente o instrumento e andando jeitosamente, sumiu nas sombras da noite escura. E pela primeira vez em longos dias, o tempo passou depressa.

9 de março de 2010

Distante do meu sol

Procuro canções
Que traduzam meus sentimentos
Os dias vão
Você ao meu lado
Mas não posso sequer
Sentir seu calor

6 de março de 2010

Ninguém venha me dar vida

Ninguém venha me dar vida,
que estou morrendo de amor,
que estou feliz de morrer,
que não tenho mal nem dor,
que estou de sonho ferido,
que não me quero curar,
que estou deixando de ser,
e não quero me encontrar,
que estou dentro de um navio,
que sei que vai naufragar,
já não falo e ainda sorrio,
porque está perto de mim
o dono verde do mar
que busquei desde o começo,
e estava apenas no fim.
Corações, por que chorais?
Preparai meu arremesso
para as algas e os corais.
Fim ditoso, hora feliz:
guardai meu amor sem preço,
que só quis quem não me quis.

Cecília Meireles

5 de março de 2010

De lá e de cá

Se levanta no escuro
O café, o pão de ontem
Desce pra rua
Ganhar seu vintém

É preciso equilíbrio
A corda bamba fina
De um lado pouco por muito
Ou o risco da vida por mais

Onde vai parar um país
Que a vontade de capital
Ganha do bem estar do povo
Que choque de ordem existe
E só se pensa em melhoria
Pra confortar quem não é daqui

Se levanta no escuro
O café, o aipim colhido
Vai pra terra
Colher seu vintém

Com muito esforço
Ganhou sua terra
E agora luta
Para não perdê-la

Onde vai parar um país
Que a vontade do capital
Ganha da igualdade
Reforma Agrária? Nem pensar
O melhor mesmo é lucrar.

4 de março de 2010

Ao menos, uma vida plena

Podia deitar sobre meus braços
Dormir esse sono calmo comigo
Sentir o vento gelado e não sentir frio
Calar meus barulhinhos com um beijo
Escorregar suas mãos quentes nas minhas costas

Podia viver uma vida plena
E vives.
Aquela de amor sereno
Que cuida, que canta
Mas cuida dele
Canta pra ele.

3 de março de 2010

Todo dia, andando pelas ruas, passando pelos lugares, espero vê-la
Sempre observando, procurando, pra ver se vem, se passa
É tudo tão perto que não consigo entender como não nos esbarramos
E mesmo nunca encontrando, continuo como uma abelha procurando pela flor
Até que um dia, quando menos espero a vejo, andando distante de mim
Caminhando em outra atmosfera, com seu olhar absorto e demasiado sério
Como se nada a volta a interessasse e ela mergulhasse em seus pensamentos
Assim foi, ela lá, eu cá
Tudo aconteceu em segundos como um flash rápido
Mas o seu andar, ficará sempre em mim...

2 de março de 2010

Abandono

Venha me dizer que andou errada
Para que eu fique por minha vontade
E não pela força
Que não quero mais

Chore, mas não se afunde
Cuide mais de ti, não de mim
Eu quis ir
E agora seus sentimentos transbordam

Eu vou embora
Mas volto pra te ver
E você vai ser outra
Como eu sempre quis, vai entender.