Vai
Sem sequer ter chegado
E o choro transborda
Que se é de medo a distância
O coração não amansa

Naquele Dia

Te chamei pra dançar
E mesmo sem saber rodar
A gente se embalou
E não soltou mais

Conheci seus gestos,
traços, cheiros
Descobri seus lugares,
sonhos, desejos

E um dia, ao me beijar
Vi seus olhos chorarem

Era puro amor

Diz pra ela que não condiz?
Com o toque, o olhar, o beijo, o sorriso.
Diz que tudo aquilo que eu queria e não posso?

Não é pra ter peso, não é pra ter rotina, não é pra fazer plano, não é pra se atropelar... É só não fingir que não existe, não colocar o pano, não esconder da vista.
Ele tá aqui, olha! Deixa ele entrar...

Ama, repele. E aqui fica a vontade de viver tudo que borbulha dentro de mim. Mas você vem e coloca um pano por cima disso tudo. Eu, sem opção, aceito. E agora tudo que sinto é esse pano apertando, apertando sem parar, segurando tudo isso que quer sair e não pode.

Findo por amar

Findo por amar demasiadamente
E não importa
Se quando eu fecho os olhos
É teu corpo que desejo
Pesado e quente sobre o meu
E quando eu abro,
Seus olhos sorrindo pros meus
As cores na tua pele
As pintas no teu pescoço

Não posso dar por inteiro
Mas desejo inteira
E talvez por crescimento
Noutro momento,
Fique

De cabelo molhado no rosto e com seus olhos pequenos fixos nos meus... Dá um meio sorriso e morde o lábio. Eu estremeço e vejo em suas pernas e costas marcas do nosso desejo. Eu te aperto e sinto seu corpo quente me pedindo pra ficar, preenchendo meu peito feito num sonho bom.

Longos anos, curto os dias

Tudo que foi construído
Ainda se duvida
Uma ou outra vida

Longos anos, curtos dias
Assim que se constrói
Assim que se destrói

De que valem longos anos
que te prendem aí dentro
Quanto custam curtos dias
de noites frias

Todo o silêncio todo
Tudo que preenche o todo
Desemboca numa só correnteza